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Em novo livro, Carla Guerson elabora a complexidade das relações familiares e o fim da infância

  • Foto do escritor: Mábia Almeida
    Mábia Almeida
  • 8 de jun. de 2024
  • 2 min de leitura

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"Todo mundo tem mãe, Catarina", novo livro da autora capixaba Carla Guerson, aborda o processo de amadurecimento de uma personagem marcada pela solidão infantil de quem cresceu sem ter mãe e pai. Publicado pela editora Reformatório, o romance conta com a orelha assinada pela escritora Marcela Dantés e quarta capa de autoria da escritora Débora Ferraz. 


Sob a perspectiva de uma menina de catorze anos criada pela avó, sexualidade, prostituição, religião e morte se mesclam a uma história familiar complexa e cheia de segredos que a personagem precisa desvendar para crescer. 



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Esse silêncio que a protagonista se vê obrigada a confrontar esconde um passado formado por mulheres afetadas pelo machismo e pela hipocrisia. É na busca por sua origem que Catarina começa a traçar um caminho só seu. 


“Catarina precisa descobrir a sua história para poder contá-la”, resume Marcela Dantés. A narrativa se desenvolve pelo decorrer de um ano, na transição dos 14 para os 15 anos, uma fase que Carla considera muito marcante para as mulheres.



“Completar 15 anos faz parte do nosso imaginário coletivo do ‘tornar-se mulher’. E Catarina tem uma especial demanda quanto a esta idade, já que foi a idade em que sua mãe engravidou dela. É também uma fase em que se experimenta com muita intensidade as questões ligadas à sexualidade, que são abordadas no livro a partir do relacionamento de Catarina com Gustavo e com sua amiga Teresa”, explica a autora.



Confira um trecho do livro


“Cada um vai desenhar a sua mãe. A caixa de lápis no meio da roda. O papel em branco na minha frente. Eu levantei a mãozinha, como uma boa menina educada que sempre fui: Tia, eu não tenho mãe. Os olhos dos coleguinhas em mim. A professora nem pestanejou, continuou distribuindo os papéis: Todo mundo tem mãe, Catarina. 

Eu baixinho, quase muda: eu não tenho, tia. E aquilo entrando esquisito aqui, aquela falta toda de mãe aparecendo de uma vez: eu só tenho vó. Então desenha sua avó, foi a solução que ela arrumou. Desenha sua avó, Catarina, que vó é mãe duas vezes.

Eu não desenhei.”



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