Dia Mundial da Poesia: Três poemas de Mário Quintana para celebrar essa data
- Mábia Almeida

- 21 de mar. de 2024
- 1 min de leitura

Conhecido como poeta das coisas simples, Mario Quintana deixou seu legado na poesia brasileira. Com um estilo bem-humorado, escreveu versos com reflexões sobre o cotidiano. Nascido em julho de 1906 na cidade de Alegrete, Rio Grande do Sul, ele foi reconhecido, em 1980, com o Prêmio Machado de Assis pela Academia Brasileira de Letras pelo conjunto da obra.
Mario Quintana faleceu em Porto Alegre, em maio de 1994. O hotel em que viveu por mais de dez anos foi transformado em um centro de cultura, que leva o seu nome. Confira três poemas de Mario Quintana.
Emergência
Quem faz um poema abre uma janela.
Respira, tu que estás numa cela abafada,
esse ar que entra por ela.
Por isso é que os poemas têm ritmo —
para que possas profundamente respirar.
Quem faz um poema salva um afogado.
Poeminho do Contra
Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão…
Eu passarinho!
Os Poemas
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mão
se partem. E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti…
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